terça-feira, 3 de julho de 2007

Outras sombras....

Acho cada vez mais interessante saber da vida dos outros do que da minha própria vida….
Sem dúvida que todos nós temos um pouco de “vouyeurs”, um pouco de comadres alcoviteiras daquelas santas terrinhas perdidas em cascos de rolha. A verdade é que todos nós gostamos de uma boa novela, num projecto romanceado, bem ao estilo queirosiano, gostamos da parte e queremos saber o todo, não nos basta sermos apenas nós mas também o outro e portanto, como diria Mário de Sá Carneiro, seria então qualquer coisa de intermédio num aqui e num daqui a pouco.
Mas afinal para que nos interessa a vida dos outros? Para que nos interessa a opinião dos outros?
Pleonasmos à parte, seremos sempre animais sociais com necessidades pujantes de absorver toda a informação supérflua que pudermos.
De interessados a interessantes temos de tudo um pouco, ou talvez não….
Eu sou da chamada “geração rasca” e em alguma coisa têm razão. Mais ordinários impossível… (se estivéssemos on-line no MSN juntaríamos agora um LOL, que todos utilizamos para responder não sei bem o quê…).
Não, não somos reles, somos ordinários, somos vulgares, somos, na maior parte dos casos desinteressantes e desinteressados, vemos reality shows e continuamos à espera do próximo capítulo da novela…
Somos como somos, e estaremos bem assim enquanto houverem outras vidas que nos interessem tanto como se fosse a nossa, a da melhor amiga, a do rapaz giro do 5º C, a do barman daquele bar conhecido, a da bailarina de discoteca, a da senhora que está ao nosso lado no banco do metro. Porque é que continuamos empenhados na obtenção desta informação? O que é que ganhamos com isso? Se calhar ganhamos a tal vida eterna que a Igreja tanto professa...(altura de um novo LOL).
Ora aí estão outros que adoram a vida alheia. Hão-de me dizer quem terá sido o inteligente que decidiu introduzir a confissão como forma de expiação de pecados? Primeiro, deve ter sido um homem, o que contraria logo qualquer ideia de que são as mulheres as mais bisbilhoteiras e, em segundo lugar, para quem e para quê, é que a Igreja, na pessoa de um padre, quer saber da nossa vida pessoal. Desde de sempre me intrigou aquele pequeno espaço destinado à revelação dos mais íntimos pecados, um contingente limitado a duas pessoas que pensam em fins distintos. Um quer a glória eterna e o outro quer tomar o gosto ao pecadilho.
Eu não sou ateia, nem agnóstica, nem coisa que o valha. Concordo em absoluto com a teoria do Exmo. Senhor Einstein que consiste em alguma força superior que controla o Mundo (na verdade o Einstein já sabia quem era o Matrix!), até porque este não surgiu por acaso. Ah, e não venham cá com a história eclesiástica de que tudo surgiu da costela do Adão e o Adão surgiu donde? Foi a cegonha que o trouxe de Paris? (agora já começamos a ficar fartos do respectivo LOL)

Um comentário:

Sophia disse...

LOL!
Sorry, mas não resisti!
Está muito acertado!
;) Baci