quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encadeados

Depois de ter desmarcado os meus encontros e de deixar a vida social intensa para trás (estou a tentar ironizar porque de intensidade percebo pouco), dei por mim, sozinha, a vaguear (Sim, só pode mesmo ser vaguear porque continuo a procurar, sendo certo que também não sei bem o que é que procuro).
Soube-me bem ter ficado sozinha. A companhia é, por vezes, necessária mas não é fundamental. Somos seres naturalmente individuais e egoístas (vê-se pelas relações).
Com esta conversa toda e a propósito de "procuras", lembrei-me agora de um filme que vi há pouco tempo chamado "My Blueberry Nights", em que a personagem Elisabeth (protagonizada pela Norah Jones) percorre a América durante um ano à procura do verdadeiro amor e só percebe que ele está mesmo ali ao lado no final do filme. Lembro-me, há alguns anos atrás, um amigo meu me ter dito que só teríamos a percepção do amor da nossa vida quando estivessemos a morrer. Despropositado, convenhamos. Não faz sentido descobrir, no momento da minha morte, quem afinal amei durante toda a minha vida. Nem faz sentido que, "quase do outro lado", venha a concretizar esse amor. Há aqui uma impossibilidade objectiva.
O melhor é continuar à "procura" ou, então, esperar que esteja mesmo ali ao lado...

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